Prisão ocorreu dois dias após denúncia feita na escola; vítimas sofriam ameaças e conviviam com o agressor.
A Polícia Civil de Roraima (PCRR) prendeu nesta quarta-feira (25) um homem de 28 anos, identificado pelas iniciais R.A.B.F., suspeito de estupro de vulnerável e importunação sexual contra duas sobrinhas, de 11 e 14 anos. A prisão foi efetuada por agentes da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), no momento em que o investigado participava de uma entrevista de emprego em um supermercado, no bairro Alvorada.
A investigação começou no dia 23 de junho, após uma denúncia apresentada pela mãe da vítima mais nova, acompanhada das duas adolescentes. O caso chegou à escola por meio de relato das próprias meninas, que acionou o Conselho Tutelar, responsável por comunicar a Polícia Civil.
De acordo com o delegado Matheus Rezende, adjunto da DPCA e responsável pelo caso, os abusos já ocorriam desde quando a família morava na Venezuela. Segundo depoimentos, o suspeito atraía a sobrinha mais nova com pretextos como “caçar pássaros” no sítio da família, e cometia os crimes em locais isolados. A vítima contou que os abusos começaram quando ela tinha apenas 8 anos de idade.
Ameaças e convivência forçada dificultaram denúncias
A outra vítima, de 14 anos, relatou que o suspeito fazia ameaças frequentes para manter o silêncio das adolescentes. A situação era agravada pelo fato de todos viverem na mesma residência, o que ampliava o medo e a vulnerabilidade das vítimas. A investigação apontou que o suspeito mantinha comportamento recorrente de assédio e intimidação dentro de casa.
“Representamos pela prisão do suspeito porque ele continuava assediando, importunando e ameaçando as vítimas mesmo após o caso chegar ao conhecimento das autoridades”, destacou o delegado.
O mandado de prisão foi expedido com agilidade pela Justiça após parecer do Ministério Público, e o suspeito foi localizado menos de 48 horas após a denúncia. Ele será apresentado nesta quinta-feira (26) em audiência de custódia.
Rede de proteção atuou de forma integrada
A ação rápida e articulada entre escola, Conselho Tutelar, Polícia Civil, Ministério Público e Poder Judiciário foi destacada pela DPCA como fundamental para proteger as vítimas e evitar a continuidade dos abusos.
“Essa resposta rápida só foi possível graças à eficácia da rede de proteção. A articulação interinstitucional garante o rompimento imediato do ciclo de violência”, afirmou o delegado Matheus Rezende.
A Polícia Civil informou que a investigação continua com coleta de provas e novos depoimentos. A expectativa é que o inquérito seja concluído em breve, com o oferecimento da denúncia ao Judiciário.