Esquema de descontos indevidos em benefícios previdenciários pode ter causado prejuízo de R$ 6,3 bilhões; número significativo de deputados e senadores é citado nas apurações.
A Polícia Federal (PF) está em fase avançada de investigação de um esquema bilionário de fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), que pode envolver membros do Congresso Nacional. A investigação, que já resultou em operações como a “Sem Desconto”, revelou um prejuízo estimado em R\$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024, afetando milhões de beneficiários com descontos não autorizados em aposentadorias e pensões .([Wikipédia][1])
A PF prepara o envio de parte das investigações ao Supremo Tribunal Federal (STF), indicando a possível participação de parlamentares com foro privilegiado. A remessa ao STF é necessária para que deputados e senadores possam ser formalmente investigados e processados pela Corte. Segundo informações da coluna de Lauro Jardim, de O Globo, o número de congressistas citados nas investigações não é pequeno.
O esquema envolvia entidades que realizavam descontos irregulares nos benefícios de aposentados e pensionistas, sem autorização dos beneficiários. A Controladoria-Geral da União (CGU) iniciou a apuração em 2023 e acionou a PF em 2024 ao encontrar indícios de crime. Em abril de 2025, a “Operação Sem Desconto” cumpriu 211 mandados de busca e apreensão e outros seis de prisão temporária em 13 estados e no Distrito Federal.
Durante as investigações, foram apreendidos cadernos com anotações que indicam a divisão de propinas no esquema de fraudes no INSS. Esses cadernos foram encontrados no escritório de Antonio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, suspeito de ser lobista e facilitador do esquema.
A repercussão do caso levou à demissão do então presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, e ao afastamento de outros servidores de alto escalão. Além disso, a Controladoria-Geral da União anunciou a paralisação de todos os descontos feitos pelas associações envolvidas, além da retenção dos valores que seriam repassados em maio .
No Congresso Nacional, diversos deputados cobraram investigações e a oposição pediu a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI). Em 12 de maio de 2025, a senadora Damares Alves e a deputada Coronel Fernanda apresentaram em conjunto um pedido para criação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI). O presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, foi demitido logo após a deflagração da operação, sendo substituído por Gilberto Waller Júnior, um procurador federal.
A investigação continua em andamento, e a expectativa é que novas informações sejam reveladas à medida que o STF analisa os documentos enviados pela PF. O caso evidencia a necessidade de maior fiscalização e transparência na gestão dos recursos públicos destinados à seguridade social.