Governo alega falta de recursos para reposição salarial e servidores cobram corte de privilégios

Governo alega falta de recursos para reposição salarial e servidores cobram corte de privilégios
Presidente do Sintras, Marcele Carvalho, avalia que encontro com o governador foi frustrante, mas deixa margem para nova negociação
Em reunião com sindicalistas, governador Antonio Denarium afirma que Estado enfrenta frustração de receita; nova rodada de negociações será em julho.

 

Representantes dos servidores públicos de Roraima foram recebidos pelo governador Antonio Denarium, na noite desta quarta-feira (25), no Palácio Senador Hélio Campos, para discutir a concessão da Revisão Geral Anual (RGA) relativa às perdas inflacionárias acumuladas. O encontro, no entanto, não trouxe avanços concretos, segundo avaliação da presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Saúde de Roraima (Sintras), Marceli Carvalho.

De acordo com os cálculos apresentados pelos sindicalistas, as perdas inflacionárias dos servidores somam 4,83% apenas em 2024, chegando a 16,47% quando considerado todo o período do governo Denarium. A expectativa era de que o Executivo apresentasse uma proposta de recomposição salarial, o que não aconteceu.

“O governador demonstrou que a situação financeira do Estado requer cautela. Ele disse que houve uma frustração de receita e, por isso, não é possível fazer ajustes no orçamento neste momento”, afirmou Marceli. Segundo ela, Denarium apresentou dados sobre a folha de pagamento e destacou que a Secretaria de Saúde (Sesau) concentra uma das maiores despesas com pessoal.

Apesar do tom tenso do encontro, a presidente do Sintras disse que os servidores ainda mantêm esperança. Uma nova reunião foi agendada para o dia 21 de julho, com a presença dos secretários da Fazenda (Sefaz) e de Planejamento (Seplan), que deverão apresentar estudos mais aprofundados sobre a viabilidade da concessão da RGA ainda no segundo semestre.

“Deixamos claro para o governador que não dá mais para acumulamos perdas. Já passamos por 2019, 2020 e 2021 sem RGA. Os profissionais de saúde não podem amargar mais um ano sem reajuste. Se for necessário cortar na carne, que se corte”, enfatizou Marcele.

A sindicalista também criticou o projeto que previa reajuste para os salários dos secretários de Estado, considerado por ela como um “tapa na cara do servidor”. Segundo Marcele, o próprio governador reconheceu que a proposta foi inadequada diante da crise financeira enfrentada pelo Estado e se comprometeu a retirar o projeto ou permitir sua rejeição na Assembleia Legislativa.

“É inadmissível que o governo diga que não tem dinheiro para conceder a RGA, mas queira beneficiar a elite do funcionalismo. Isso gerou uma repercussão extremamente negativa entre os servidores”, concluiu a presidente do Sintras.

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