Brasília vive suas festas de arromba enquanto se revela golpe bilionário nos aposentados

PUBLICIDADE

brasilia-vive-suas-festas-de-arromba-enquanto-se-revela-golpe-bilionario-nos-aposentados

Duas reportagens de Levy Teles, neste Estadão, deram conta dos embalos de quarta à noite na Brasília delirante. A elite política bebendo destilados à larga no dia em que o País tomara ciência do golpe bilionário ao INSS.

Hugo Motta abriu as portas para reunir Lula e os líderes partidários, servidos vinhos de mais de R$ 1 mil e a cafonice (gostosa) da moda, uísque japonês. Isso, madrugada de quinta adentro. Convescote em cujos barris se pactuaria o anunciado pela manhã: empurrada para frente – pelas panças fermentadas – a análise do requerimento de urgência do Projeto de Lei da Anistia.

Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante encontro com líderes de partidos da Câmara dos Deputados
Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante encontro com líderes de partidos da Câmara dos Deputados

Projeto delirante da anistia, pela impunidade a Bolsonaro, agenda única da oposição – mesmo ante a descoberta, pelo Brasil do mundo real, do assalto a aposentados e pensionistas. O líder do PL não esteve no jantar para Lula. Foi ao festão de Marcos Pereira, o presidente do Republicanos. E soltou o verbo, sabedor do que se brindava na residência oficial da presidência da Câmara.

Soltou o verbo para ameaçar Motta; aquele que, tendo prometido tudo a todo mundo, afinal trairia alguém. Em política, traição quase sempre faz aparecer o podre. E Sóstenes Cavalcante, o traído, apontou contra aquilo que dá estabilidade ao arranjo de poder no Parlamento e equilíbrio (precário) à relação entre Congresso e Planalto.

Declarou que, se o projeto não for a plenário, romperá o acordo pela distribuição de emendas parlamentares entre lideranças partidárias – a admissão de que a dinâmica do orçamento secreto se desenvolve sob parasitagem das emendas de comissão. A turma criou informalmente, sob a fachada das comissões temáticas, a emenda de líder partidário e definiu a regra do ratatá. Sóstenes informou que poderá monopolizar o controle de quase R$ 7 bilhões – uma maneira de “estabelecer um limite”.

Informou também que compreende Motta, o sem limite, como sob gestão de Ciro Nogueira, a quem foi pedir providências de modo a que a anistia entrasse na pauta da Câmara. O senador “respondeu dizendo que conversaria com Hugo para que desse uma data”. O líder do PL aproveitou para consultá-lo sobre se o deputado Glauber Braga seria cassado. “O piauiense assentiu com a cabeça”.

O poder do senador é incontroverso. Duvidoso será apontar quem, entre Hugo Motta e Luís Roberto Barroso, ora desfrutaria mais dos prazeres do poder. Viajaram juntos, aliás, para o funeral do Papa, de carona com Lula – comitiva a que se somaria Alcolumbre, depois de haver nomeado o novo juscelino nas Comunicações.

Na festa do deputado Marcos Pereira, que tem foro no STF, o presidente do Supremo – abraçado ao anfitrião – fez dueto com um cantor sertanejo. No dia em que revelado o roubo aos nossos mais velhos, levaram o clássico “Tocando em frente”. Depois de haver derrotado o bolsonarismo, Barroso agora desafia a canção popular.

Mais recentes

PUBLICIDADE

Rolar para cima